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QUE HOJE VOCÊ POSSA LER E OUVIR PALAVRAS BELAS E EDIFICANTES. MAS SE OUVIR ALGUMA QUE O FIRA. NÃO SE REVOLTE NEM REVIDE. CALA-TE. É DIFÍCIL... DÁ UM NÓ NA GARGANTA... NO ENTANTO, TENHA FORÇA E CALA-TE. VERÁS COMO NO SILÊNCIO ESSAS PALAVRAS QUE FEREM SAIRÃO DE VOCÊ MAIS RÁPIDO, PORQUE ELAS SE SENTIRÃO SOZINHAS.

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segunda-feira, julho 11

MALBA TAHAN: A pequenina luz azul

Certa manhã, o sultão El-Khamir, disse ao prefeito: 
- Esta noite avistei ao longe uma pequenina luz azul e desejo saber quem passou a noite a velar. Ordeno-lhe apurar a razão desta vigília. 
- Obedeço à Vossa Majestade! Porém, é inútil esse inquérito, pois aquela luz provinha do oratório da minha casa! Eu e minha família passamos a noite pedindo a Deus pela saúde de Vossa Majestade! 
- Obrigado meu bom amigo - sinceramente comovido acrescentou - saberei corresponder aos cuidados que lhe mereço. 
O rei, então, chamou o grão-vizir Moallin. 
- Resolvi recompensar com mil dinares de ouro o prefeito. 
- Por Alá! É muito dinheiro! Que teria feito ele para merecer? 
- Praticou uma ação nobre e sublime - e narrou o caso da luz. 
- Permita-me ponderar, estais sendo iludido, posso provar, ele não tem família e só sabe orar nas Mesquitas, quando obrigado. 
- Mas... E a luz azul, de onde vinha? 
- Vejo-me obrigado a confessar, passei a noite cogitando a cerca dos graves problemas e das questões que Vossa Majestade deve resolver hoje! Juro pelo Alcorão que essa é a verdade! 
- Grande e esforçado amigo! - jubiloso disse: 
- Tereis uma recompensa digna de vossa dedicação! 
O rei chamou o general Muhiddin e contou que estava resolvido a conceder o título de xeque de Lohéia ao grão-vizir Moallin. E o bom monarca, contou ao general a história da luz azul. 
- Vós acreditastes nisso? Peço provar que ele mentiu como um infiel! 
Mentira o prefeito, o grão-vizir! Como poderia, o rei, apurar a verdade? Modesto, o general confessou: 
- Queria ocultar a verdade mas me vejo obrigado a revelar que aquela pequenina luz azul provinha de minha tenda - e o general não hesitou - com receio que os revoltosos atacassem a noite, acampei nas cercanias da cidade, para maior garantia da vida do rei.
Que heroísmo! O sultão não sabia como agradecer. E depois que o general saiu cogitou: "vou lhe conceder o título de príncipe e uma pensão anual de vinte mil dinares! Não... Merece muito mais... Salvou-me a vida.. A coroa... Como não chegasse a uma conclusão satisfatória consultou Ali-Effendi, seu velho mestre e conselheiro. 
O sábio ponderou: 
- Não deves acreditar no prefeito, nem no grão-vizir, nem no general. Creio que a tal luz provinha do farol de El-Basin. 
O rei surpreso: 
- Então era a luz do farol! 
Naquela mesma noite, depois da última prece, o rei chegou à varanda para olhar o panorama da cidade, que dormia. Surpresa estranha: como todos já sabiam sobre as recompensas, a cidade estava extraordinariamente iluminada. Nunca se vira tanta luz azul! E o crédulo rei compreendeu então, que para cada súdito honesto e dedicado havia um milhão de mentirosos e bajuladores.
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*** PORTAL ARCO-IRIS

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