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QUE HOJE VOCÊ POSSA LER E OUVIR PALAVRAS BELAS E EDIFICANTES. MAS SE OUVIR ALGUMA QUE O FIRA. NÃO SE REVOLTE NEM REVIDE. CALA-TE. É DIFÍCIL... DÁ UM NÓ NA GARGANTA... NO ENTANTO, TENHA FORÇA E CALA-TE. VERÁS COMO NO SILÊNCIO ESSAS PALAVRAS QUE FEREM SAIRÃO DE VOCÊ MAIS RÁPIDO, PORQUE ELAS SE SENTIRÃO SOZINHAS.

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quinta-feira, junho 23

CRISTO CÓSMICO

A pergunta que serve de título foi feita há quase 2.000 anos, por Jesus aos chefes da Sinagoga de Israel. E eles responderam que o Cristo era filho de Davi, isto é, um descendente do rei de Israel, pai de Salomão.
 Jesus não aceita a resposta porque, de fato, o Cristo não é filho de Davi.
 Esta confusão entre Cristo e Jesus é pois, antiqüíssima e continua até hoje.
 Que é o Cristo, o ungido, que os antigos hebreus chamavam Messias, o Enviado?
 O quarto evangelho designa o Cristo com a palavra Logos, começando o texto com estas palavras:
 “No princípio era o Logos, e o Logos estava com Deus e o Logos era Deus.”
 A palavra grega Logos é muito anterior à era cristã. Os filósofos antigos de Alexandria e de Atenas, sobretudo Heráclito de Éfeso, designava como Logos o espírito de Deus manifestado no Universo.  Logos seria, pois, o Deus imanente, em oposição à divindade transcendente, que não é objeto de nosso conhecimento a Vulgata Latina traduz Logos por Verbo: “No princípio era o Verbo…”
 Logos, Verbo, Cristo, são idênticos e designam a atuação da Divindade Creadora, a manifestação individual da Divindade Universal.
 Neste sentido, o Cristo é Deus, mas não é a Divindade. E neste sentido diz ele aos HOMENS: “Vós sois deuses”; os homens são manifestações individuais da Divindade Universal. A primeira e mais perfeita das manifestações da Divindade Universal, no Universo, é o Cristo, o Verbo, o Logos, que Paulo de Tarso chama acertadamente “o primogênito de todas as creaturas” do Universo.
 O Cristo é anterior a creação do mundo material. Ele é o “Primogênito de todas as craturas”; O Cristo não é a creatura humana, mas a mais antiga individualidade cósmica que, antes do princípio do mundo, emanou da Divindade Universal.
 O Cristo é Deus, mas não é a Divindade que Jesus designa com o nome de Pai: “Eu e o Pai somos um, mas o Pai é maior do que eu”.
 Deus, na linguagem de Jesus, significa uma emanação individual da Divindade Universal.
 A confusão tradicional entre Deus e a Divindade tem dado ensejo a intermináveis controvérsias entre os teólogos. Mas o texto do Evangelho é claro: O Cristo afirmou ser Deus, mas nunca afirmou ser ele a própria Divindade.
 O Gênesis de Moisés principia com as palavras: “No princípio crearam os Elohim o céu e a terra”.
 O quarto evangelho, de João, abre com palavras semelhantes: “No princípio era o Logos… por ele foram feitas todas as coisas”.
 Parece, pois, que as Potências Creadoras (em hebraico Elohim) são idênticas ao Logos, pelo qual foram creadas todas as coisas.
 Elohim, Logos, Verbo, Cristo são nomes vários que designam a creatura cósmica que, antes do mundo material, emanou da divindade transcendental.
 A filosofia oriental chama a Divindade Universal Bramhman* e dá o nome de Brahma à mais antiga individuação da Divindade.
 Brahma seria igual a Deus, Cristo, Logos, Verbo.
 Não existe em todo Universo uma única creatura definitivamente realizada e incapaz de se realizar ulteriormente. Toda e qualquer creatura, mesmo Brahma ou Cristo, são creaturas altamente realizadas, mas sempre realizáveis; são, por assim dizer, sinfonias inacabadas.
 Toda e qualquer creatura, mesmo a mais perfeita creatura cósmica, é ulteriormente evolvível ou realizável. A vida eterna não é uma chegada, uma parada, uma meta final – é uma incessante jornada ou evolução rumo ao Infinito, sem jamais coincidir com o Infinito. Todo finito, diz a matemática, em demanda ao Infinito, está sempre a uma distância infinita.
 Pánta rhei, tudo flui, diziam os filósofos antigos; tudo é relativo, escreve Einstein em nosso século.
 A Divindade, o Infinito, o Absoluto não é objeto de nosso conhecimento. Tudo que sabemos se refere ao Relativo, ao Fluídico, ao Evolvível, que está em incessante evolução.
 Referem os livros sacros que o Cristo, a mais antiga creatura cósmica, se encarnou na pessoa humana de Jesus.
 Sendo essa descida do Cristo Cósmico às baixadas do planeta Terra um fenômeno incompreensível, têm os homens inúmeras conjeturas sobre o porquê dessa encarnação do Cristo. E ele mesmo, na pessoa de Jesus, nunca disse claramente a finalidade da sua homificação.
 Entretanto, sendo o Cristo o maior dos avatares do Universo conhecido, podemos interpretar a encarnação dele pelas normas dos outros avatares.
 (O Cristo Cósmico e os Essênios – Huberto Rohden)
 * Brahman = Absoluto imanifesto; Brahma = Individuação, manifestação cósmica do Absoluto

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